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7 de mai. de 2011

Vingança. 2º Capitulo.

Dia de sol estou com um baita calor, meu corpo está muito dolorido, mas já estava acostumada a dor, parece que ontem ele chegou mais bêbado do que de costume.
Levantei-me da cama e me olhei no espelho.
Cabelo curto, loiro, liso, nariz empinado, olhos pretos e sardas.
O que é que eu fiz para merecer aquilo?
Um pai bêbado, uma mãe morta, uma madrasta cinco anos mais velha que eu
--- Para papai, para, por favor! --- eu ouvi os gritos abafados do meu irmão vindo do banheiro.
Coloquei uma blusa branca e um macacão jeans às pressas.
Cheguei a tempo de ver meu pai estuprando meu irmão. Ele se debatia tanto e meu pai o segurava pelo pescoço enquanto o estuprava, coloquei a mão na minha boca para abafar o grito de pavor que estava preste a sair.
--- Pronto pirralho e vê se para de gritar. --- ele soltou meu irmão que caiu no chão com tanta força que eu ouvi seus ossos se chocarem uns contra os outros. --- Quando você voltar eu continuo.
Encolhi-me para que não me vesse e quando saiu, corri para o meu irmão.
--- Cacau, papai me machucou --- ele disse numa voz tão sofrida que dava vontade de chorar um rio Tietê. --- Por que ele fez isso? Tá doendo tanto.
Eu passei a mão em seus cabelos loiros.
--- Eu sei Lu... Sei como dói.
--- Você sabe como é? --- perguntou secando as lágrimas.
--- Mais do que você imagina Lu, mais do que você imagina. --- e ele me abraçou forte.

Isso não ia mais acontecer, não com o meu irmão.

¬.¬

Paramos na porta de casa e eu disse para ele não contar para ninguém o que havia acontecido:
--- Eu vou resolver tudo esta bem?
--- Tá bem. --- ele deu sorriso.
--- Isso nuca mais vai acontecer. --- prometi.
--- Promete? --- perguntou com um olhar de dor novamente.
--- Sim.
--- Mas nos vamos voltar pra casa hoje, Cacau. --- ao ver meu olhar "acho-que-não" disse: --- Nós vamos voltar ou não, Cacau?
--- Sinceramente? Tenho duvidas enquanto ai isso.
Ele sorriu, saímos e levei-o para creche.
O vi entrar e dei um aceno de cabeça e ele retribuiu com outro, entrou e eu peguei minha mochila, mas não para ir para a escola, a primeira aula era de geografia o professor nunca fazia ‘chamada’.
Pensei na cena de algumas horas anteriores e disse a mim mesma que isso nunca mais ia acontecer, mas agora não era hora de pensar nisso precisava ir até a policia.

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